Essa semana eu encontrei a
pela primeira vez.Duas “ex-concursadas”, hoje educadoras financeiras / profissionais de finanças pessoais. Duas trajetórias diferentes, um valor em comum: liberdade.
Volta e meia me pego me sentindo solitária nessa fase empreendedora. São tantas decisões pra tomar sozinha. E eu tenho que assumir todos os erros, porque afinal a decisão final é minha.
Além disso, tem o peso de ter recentemente trocado um salário fixo, alto e inúmeros benefícios para me lançar ao mar do “empreendedorismo digital". Fica aquele peso do “tem que dar certo". E como a gente sabe que uma decisão deu certo ?
Bom, pode ser faturamento, lucro, número de alunos, posts viralizados, subscritores de newsletter, convites para eventos etc etc etc. A gente pode escolher nossos indicadores, porque no mundo de hoje, regido pelos dados, são muitos os indicadores disponíveis.
Aliás, são tantos indicadores de sucesso que a gente se perde. De nós mesmos. Do que a gente verdadeiramente valoriza.
Esta semana encontrei a @carolfrigerio pela primeira vez, depois de um empurrãozinho muito bem dado pela
(planejadora do Neuroeconomia e amiga). Estávamos conversando sobre nossas trajetórias de concursadas até o trabalho com a educação financeira.Apesar de termos o mesmo nome e a mesma vontade de ajudar pessoas a lidar melhor com o dinheiro (inclusive pelo viés do comportamento): não podíamos ter histórias e perfis psicológicos mais diferentes.
Vou me permitir contar brevemente a história da Carol, porque ela já a contou em seu podcast Você Deveria Falar Mais Sobre Dinheiro.
A Carol cresceu em uma família de poupadores. Chegamos a conclusão de que a família dela, sem saber, seguia o script do livro Pai Rico e Pai Pobre. Eles entendiam bem o conceito de passivo x ativo.
A Carol começou a trabalhar e já pensava em maximizar os ganhos. Decidiu viver uma vida mais simples do que poderia pagar para se aposentar antes dos 40 anos. Inclusive, existe um movimento chamado FIRE = Financial Independence, Retire Early, ou, em bom português: independência financeira para se aposentar cedo. Esse movimento se caracteriza pelos seguintes pilares:
Reduzir drasticamente gastos;
Aumentar sua taxa de poupança;
Investir com constância para independência futura.
Aquela receitinha simples nossa de cada dia, mas que ninguém segue (nem que tem dinheiro sobrando).
Seguindo a risca esses pilares, aos 35 anos, a Carol estava independente financeiramente. UAU! Carol F. nos mostra que é possível ter liberdade financeira!
Mas ninguém para pra pensar sobre os desconfortos e "nãos”que ela disse por uns 20 e poucos anos. Esse é o preço que ninguém está disposto a pagar (até porque a publicidade tá aí pra nos fazer gastar e sentir desejo)
Do outro lado tinha uma Carol que nasceu numa família com 2 scritps financeiros conflitantes. Um extremamente poupador e outro extremamente perdulário. Nossas regras financeiras, se eu me esforçar muito pra lembrar, já que não falávamos sobre dinheiro ou poupança, eram:
não se endivide
tem que ter imóvel próprio (financiar é o normal)
eventos especiais = presentes e roupas novas
vamos fazer enxoval pra viajar
educação boa é investimento
Enquanto a primeira Carol estava se tornando independente financeiramente aos 35, eu estava começando, aos 35 anos, a me educar financeiramente. Cada uma a seu tempo colhendo os frutos de suas escolhas ao longo dos anos pregressos.
Eu estava rica de experiências e desejos atendidos, incluindo um breve intercâmbio em Roma, festão de casamento na praia, lua de mel na Turquia, viagem para quase todos os países europeus e um enxoval de bebê em Nova Iorque.
Olhando de fora eu parecia até rica (mas não era). No fim do dia eu estava refém do meu salário. Do meu emprego. Do meu chefe. Porque o dinheiro precisava entrar todo mês para dar conta de tanto SIM. Poupar? Ahh de vez em quando. Quanto tinha um bônus anual da empresa. Salário era pra gastar.
No fundo, dizer SIM pra tudo, seguir a manada e as normas prescritas para o meu ambiente social e construir um padrão de vida alto tinha me aprisionado.
Nos últimos 6 anos eu me dediquei a fazer o oposto. Aprendi a dizer NÃO. Eles foram doloridos pra mim em muitos momentos. Me questionei (ainda me questiono). Tive recaídas (poucas). Lidei com julgamento.
Mas quando você conhece suas prioridades em valores fica mais fácil. E foi neste ano, em 2025, que eu soube que tomei uma decisão acertada em 2019. Lembra no início da news que fiz essa pergunta: como saber se decidimos certo?
Pois é. É preciso uma dose de fé em si mesma, porque o feedback nem sempre é imediato. Neste ano, quando eu decidi pedir uma licença pra me dedicar ao Neuroeconomia por 2 anos (pretendo prorrogar por mais 2), eu entendi que os NÃOS dos quais muitas vezes duvidei se estavam certos, me deixaram livre.
Eu tenho vivido pequenos momentos de pura felicidade. Andar de bicicleta na Lagoa. Levar filho na creche ou na pracinha de manhã. Fazer a unha no meio da tarde. Ficar numa livraria com calma. Aceitar um convite de amigas para um café ou uma amostra cultural. Eu nunca tive tempo pra nada disso, especialmente depois de virar mãe. Era muita obrigação pra cumprir.




Muita gente cai nessa armadilha de construir um modelo de vida que depende de muito dinheiro. Mas a minha experiência é que parecia que eu pagava minha vida com meu tempo de vida.
Eu tenho dado muito valor à liberdade que só a mudança de hábitos financeiros me proporcionou. Ainda não atingi a liberdade financeira, mas comprei 4 anos de vida, enquanto a maioria compra casas e viagens (e não tem nada de errado, mas precisava dessa liberdade de gozar pequenas alegrias que ser CLT não me deixava gozar).
Valeu a pena.
Eu desejo que você possa experimentar essa felicidade um dia ❤️
Se isso envolver mudar hábitos e comportamentos: conte comigo!
Carol
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“ Mas quando você conhece suas prioridades em valores fica mais fácil.”
amei muito teu relato, Carol!
como é importante encontrarmos essas métricas a partir dos nossos valores…
eu também passei por um processo de mudança de vida que envolveu uma completa mudança de comportamento e a forma com que o dinheiro se faz presente na minha vida. se não fosse a clareza dos meus valores, talvez não tivesse suportado os períodos de instabilidade — que ainda se fazem presentes.
obrigada por escolher compartilhar e muito mais vida pra você! 🤎✨
Carol, lendo agora esse texto, após o nosso segundo almoço, e pensando que essa é a melhor parte da internet: encontrar pessoas bacanas que nos agregam e que entendem nosso momento de vida!! Amei o texto!!